Autor: Bruno Pereira
Há
quatro meses tomei conhecimento de uma das notícias mais importante e
esperada da minha vida, e de lá pra cá muito tem sido pouco, e pouco tem
sido muito. Novas ideias cercam a cabeça, novas buscas se iniciam a
cada ideia, novos pontos de vista são desenvolvidos para os mesmos
objetos e ainda tem aquela inspiração contínua de compor e pensar que é
tão desejada por muitos.O
nascimento de uma música para mim acontece na maioria das vezes de
forma misteriosa, um ruído, uma voz qualquer, uma cor, tudo pode incitar
a primeira palavra. Lembro-me de uma noite onde assistia aula de
Sociolinguística e subitamente comecei a balbuciar alguns sons, no mesmo
instante do balbucio tomei a mão meu celular e acionei o gravador de
voz repeti o balbucio e o gravei para não perder a ideia, chegando em
casa, peguei o meu violão e me pus a ouvir a gravação dos balbucios e
encontrei as notas desses sons no violão, fiz a melodia e a guardei.
Hoje essa melodia é a base de uma das músicas novas do nosso segundo cd.
Presenciar
o nascimento de uma música é algo singular de mais para eu conseguir
explicar com uma dúzia de palavras, mas com o tempo percebe-se que a
música está em todo lugar, e pode ser retirada de tudo, percebe-se ainda
que há um processo musical onde a música aparentemente se inicia, se
desenvolve aperfeiçoa-se e por fim se imortaliza, fazer música é um dom
prazeroso e praticamente nada se compara a isso.
Relembrando
o assunto do primeiro parágrafo, há quatro meses descobri que seria
pai, e daquele momento em diante senti que havia recebido através do
nascimento do meu filho a minha obra mais bonita, a música que eu sempre
desejei ter feito. Sem sombra de dúvida os quatro ventos sabem da minha
gritante vontade de ser pai, e o quanto essa criança foi aguardada.
Aprendi um pouco sobre música durante a minha vida. E hoje percebo o
significado de um jargão popular que diz: a voz de um filho é como
música para os ouvidos de um pai.
Ouçam mais músicas, ouçam mais seus filhos.
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